No ano de 2019, o assassinato de Sharon Tate completa 50 anos. A atriz foi brutalmente assassinada pela seita de Charles Manson. A tragédia já foi reconstituída em diversas produções de Hollywood.
O filme “The Hauting of Sharon Tate” vai apresentar a visão da atriz em seus últimos dias de vida. A ideia do longa foi inspirada a partir de uma entrevista com Tate publicada um ano antes de sua morte, onde a atriz revelou ter tido sonhos em que sua casa era assombrada por fantasmas. Além disso, na conversa, Tate também contou que teve uma premonição de que um culto satânico causaria sua morte.
Daniel Farrands (que produziu “Amityville: O Despertar”) assina o roteiro e a direção. Além de Hilary Duff, o elenco da produção ainda conta com Jonathan Bennett (“Meninas Malvadas”) como ex-namorado de Tate, e Lydia Hearst (“Swing State”). O longa estreia no dia 5 de abril em alguns cinemas.
Charles Manson cresceu sendo criado pela avó e rejeitado por sua mãe, que após seu nascimento aumentou ainda mais o vício com drogas e usava a prostituição como a única fonte de renda. Já adolescente, o rapaz foi parar em várias instituições – de onde muitas vezes fugia – e lá mesmo já se mostrava uma pessoa completamente descontrolada, fria e problemática.
Aos 32 anos e com milhares de passagens na polícia, ele começou a ter mais contato com a comunidade hippie e, ao longo do tempo, passou a aliciar seguidores fiéis e totalmente racistas que usavam de seus crimes para culpar os Panteras Negras, um grupo de ativistas afro-americanos, conhecidos pelo uso da violência em sua luta contra o preconceito racial.
Fascinado pelo mundo da música, ele acabou conhecendo Dennis Wilson, o baterista do Beach Boys, e juntos escreveram algumas músicas. Porém, para lançá-las, a banda teve que fazer algumas alterações em alguns trechos das composições de Manson e isso o irritou, fazendo sua sede por vingança surgir.
Com esse ódio pela mudança de suas composições, Manson foi até a casa do produtor musical da banda (filho de Doris Day). No entanto, o produtor já havia se mudado há algum tempo antes e aquela era, no momento, a propriedade de Roman Polanski e Sharon Tate.
Na primeira visita, Sharon atendeu a porta e explicou à Manson a situação. Ele, no entanto, obcecado como estava, não acreditou. Dias depois, no dia 9 de outubro de 1969, ele manda alguns membros de sua guangue para a casa de Sharon com o objetivo de “tocar o terror”, em suas palavras.
Roman Polanski estava viajando para a divulgação do seu filme “O Bebê de Rosemary” e, no momento do assassinato, estavam na casa sua esposa grávida e outros amigos. Todos eles foram assassinados brutalmente com facadas.
Não satisfeito com o assassinato da atriz – pois havia achado uma bagunça o modo como os jovens a mataram -, Charles e seis membros da “família” foram no dia seguinte para o subúrbio de Los Angeles, invadiram a casa de Rosemary LaBianca e seu marido Leno LaBianca e os amarraram dentro de um quarto. Após a invasão, Manson saiu da casa e mandou o restante do grupo para dentro da residência para começar a chacina, no que seria uma espécie de aula sobre como matar.
Em seu livro sobre o caso chamado “Helter Skelter“, o autor Vincent Bugliosi comenta que os jovens comemoraram quando a noticia dos assassinatos começou a ganhar fama na mídia. A polícia demorou alguns meses até conseguir descobrir quem eram os responsáveis pelos crimes, intitulados na época de Caso Tate-LaBianca.
Uma das jovens que estava envolvida nas mortes foi presa por roubar carros e alguns pertences em um lugar e, totalmente perturbada e orgulhosa do que fez a mando de Manson, acabou contando para uma colega de cela tudo o que fizeram. Para ela, foi um favor enorme para a própria Sharon Tate ter sido assassinada e pensava que era preciso ter muito amor pelo próximo para fazer o que ela fez (Tate levou 16 facadas na barriga). A colega acabou entregando todas as informações para a polícia e chegaram finalmente em Charles.
Ao longo do julgamento dos assassinos, houve uma alteração de leis do estado da Califórnia, acabando por abolir a pena de morte – inicialmente pedida para os envolvidos – e todos tiveram prisão perpétua decretada, onde estão ainda hoje, tendo todos os pedidos de liberdade condicional sido negados.