Hilary concedeu na última semana uma entrevista bem franca com o site da comunidade LGBT Pride Source! Confira a seguir o bate-papo traduzido pela nossa equipe!
Tradução: Nuara Costa
Durante uma conversa perspicaz e surpreendente, Duff falou sobre sua carreira como um todo horas antes do ponto de referência da Suprema Corte, que garantiu direitos para o casamento LGBT americano. A estrela mirim também falou sobre seu último álbum, “Breathe In. Breathe Out.” (RCA Records), com oito anos de produção; a longa pausa que ela deu para encontrar seu verdadeiro eu; e não saber como ser uma “garota completamente normal que não está nem aí”.
Você é uma aliada da comunidade LGBT há muito tempo e também tem muitos amigos gays, então você deve ter ficado emocionada sobre a decisão da Suprema Corte sobre igualdade no casamento. O que esse momento significa pra você?
Oh minha nossa. Eu estou tão animada. Que grande dia. É um grande passo rumo à igualdade. Todos deveriam poder ser quem são, e amar quem eles quiserem e casar com quem quiserem. É 2015; julgar as pessoas por serem gay é ridículo, então eu acho que demorou muito. É definitivamente um grande dia na história, e eu estou muito animada.
Considerando que você não está se sentindo bem, você não estará celebrando ainda.
Na verdade, eu tenho uma festa na minha casa pra minha assistente/melhor amiga hoje à noite. Nós passamos pelo aniversário dela durante o lançamento do álbum, e eu me sinto tão mal, então finalmente nós estaremos celebrando na minha casa hoje à noite. Mas estamos considerando (igualdade no casamento) também, com certeza. Isso merece definitivamente um grande brinde. Você tem um parceiro?
Eu não tenho um parceiro, não. Estar no Tinder é a chave para achar “a pessoa”? Talvez você possa me dar algum conselho de namoro. Quais são as dicas da Hilary Duff para achar um marido?
(Ri) Obviamente, eu não fui tão sortuda. Não – eu não sei. Eu não, oh – eu não sairia comigo no Tinder. Eu não sei! Deus. Talvez a coisa certa vá ficar no ar hoje.
Ultimamente você tem sido uma entusiasta do Tinder; você tentou o Grindr?
Bom, eu não tentei fisicamente, tipo, eu não tenho no meu telefone nem nada, mas é basicamente a mesma coisa que o Tinder, certo? Eu sei porque meu maquiador, que é um dos meus melhores amigos, usou muito o Grindr e ele me contou tudo sobre ele. Eu escuto todas as histórias.
E quais são essas histórias?
(Ri.) Digo, eu não quero envergonhá-lo. Eu sei como é louco, eu sinto que vocês ficam muito mais livremente. Eu não sei se é só comigo, porque eu sou muito cautelosa, eu acho. Eu não sei como é ser uma garota normal que não liga pra nada.
Por causa do seu status de celebridade?
Eu acho que sim. E também, eu sou mãe e sempre estive em relacionamentos. Eu sempre me surpreendo quando ele diz ‘fui pra França e conheci um cara no Grindr e fui pra casa dele,’ e tipo, eles terminam. Eu sou fascinada por isso.
Voce ainda está no Tinder?
Eu não estou mais usando ele. Foi muito divertido por um momento; eu queria vivenciar algo totalmente normal e chocar as pessoas. Ninguém pensou que eu estava nele – e eu estava realmente! Então eu coloquei aquilo no meu vídeo (de “Sparks”) e mostrei um lado de mim que é real, normal. Eu luto por normalidade na minha vida todos os dias.
Seus amigos gays já armaram pra você?
Não tanto. Nós saímos muito juntos, mas na verdade, quando eu saio não estou perambulando. Eu só quero sair e me divertir, e muitas vezes eu sinto que ter uma pessoa que eu não conheço ao redor interferiria nisso. Eu só tenho um tempo certo para me divertir.
Como é uma boa noite pra você?
Estar com quatro ou cinco amigos de verdade que se conhecem, então temos muito em comum. Rir bastante, tomar uns drinks e talvez dançar um pouco. Comer uma boa refeição. Muitas vezes vamos ao Hollyood Bowl – que é sempre bom pra mim. Tem algo naquele lugar que é mágico.
Falando de lugares, você irá fazer turnê para esse álbum? Já faz muito tempo.
Sim, eu irei fazer turnê. Levou muito tempo para fazer esse álbum porque não estava onde eu queria que estivesse. Quando eu comecei a fazer esse álbum, eu não estava tipo, “eu tenho que fazer ficar pronto agora”; eu estava tipo, “tem que ser certo – depois de sete anos, porque estar com pressa agora?”
Na metade do processo de fazer meu álbum, eu entrei para a série “Younger” (na TV Land) e isso foi muito bom pra mim porque eu acho que me ajudou a – sabe quando você precisa de um agito? Eu estava morrendo de medo. Meu filho tinha começado a escola e obviamente eu estava passando por uma separação e eu estava tipo “eu não posso apenas esquecer e continuar a trabalhar,” e depois eu estava tipo, “na verdade, eu posso e vou.” Esse foi um grande projeto, e eu amo Nova York e foi muito bom pra mim. Eu coloquei o álbum em uma pausa e depois voltei a ele depois do Natal; foi uma grande coisa pra mim. Me ajudou a dar um rumo próprio pro álbum, então agora “Younger” vai ter uma segunda temporada. Eu vou filmar de setembro até dezembro e depois vou fazer turnê depois do Natal.
Uma turnê mundial?
Eu acho que será uma turnê mundial. Eu não sei se eu posso fazer em cinco meses direto. Obviamente meu filho é minha prioridade número um, mas eu acho que posso fazer um mês de cada vez e depois voltar e depois sair pra mais um mês. E tem que ser uma turnê mundial porque meus maiores públicos estão na América do Sul, na Austrália e na Ásia, então veremos. Sem promessas, mas é o que eu quero que aconteça.
Seu filho Luca é tão fofo, por falar nisso.
Ele está nu e coberto de tatuagens agora.
Se ele fosse sair do armário algum dia, o que você diria a ele?
Oh meu Deus. Eu aceitaria. Eu tive uma longa conversa com um de meus amigos adultos que tem filhos crescidos que estão indo pra universidade e ele está tipo, “eu ainda não tive essa conversa,” e eu disse “é melhor você ter agora porque se uma criança não se sente aceita em sua família, e ela está pronta para se mudar pra uma nova cidade, só vai criar uma divisão. Ela vai fazer sua vida e você não será parte dela. Ela vai procurar um lugar onde ela é aceita.”
Ah, quase me fez chorar. Eu me senti… que deve ser tão solitário se você não é aceito por sua família. Eu não consigo imaginar. Então, 100 por cento, eu sinto como se eu fosse perceber todos os sinais e ser a primeira a falar sobre isso se preciso for, e eu gostaria que ele fosse ele mesmo de todo o meu coração e soubesse que ele foi aceito por mim.
Qual conselho você daria para jovens que querem entrar no showbiz?
Honestamente, eu não sei. É uma estrada muito difícil, pra ser sincera. Para fazer uma transição do que é… eu acho que hoje é mais do que antes, sua juventude é consumida. Você vê essas garotas se vestindo como se tivessem 20 quando tem 14. Com Instagram e tudo isso – é um sugador de juventude. Ter 14 anos em 2015 é intenso. Eu não sei como seria se eu tivesse tanta coisa em que prestar atenção. É assustador. Me assusta pensar em criar o meu filho.
A indústria é inconstante, e você faz o que pode e sabe que tudo aquilo não significa nada. Digo, obviamente, aproveite as oportunidades e trabalhe duro, mas há muito mais na vida. Essa indústria é dura, mas quando eu olho para alguém como Miley, e por mais louco que as pessoas pensem que toda a coisa é, eu a elogio. Ela é tão apaixonada em ser ela mesma e é sem remorsos sobre isso e ela está fazendo um bom trabalho.
Só por ser ela mesma, ela está se tornando um ídolo para a comunidade queer. Ela ama o que ama sem desculpas, e esse é uma grande declaração, não acha?
Sim, eu acho. E ela é incrivelmente talentosa, então é isso. Por mais que as pessoas queriam odiá-la por usar isso ou fazer aquilo ou seja lá pelo que as pessoas a odeiem, eu acho que ela tem a última risada. No final do dia, seu talento compensa tudo. Eu nem sempre me relaciono com tudo que ela está fazendo, mas eu amo que ela se ama sem desculpas.
Sua série “Younger” gira em torno de uma mãe solteira que percebe o efeito da idade ao tentar começar uma carreira. Você está nessa indústria por mais da metade da sua vida. A partir da sua experiência, como é se manter relevante em uma indústria em constante mudança como o show business?
Sim, nossa. Não há código secreto que funcione, por mais adorável que fosse. Eu acho que algumas coisas me ajudaram. Por mais torturante que foi em alguns momentos da minha vida ser Lizzie McGuire, eu acho que quando o programa saiu, era uma parte tão grande de quem eu era, que eu não sentia como se estivesse atuando. Os roteiristas me conheciam muito bem e estavam escrevendo coisas que estavam acontecendo na minha vida e eu diria, estava me vestindo como eu queria. Então era eu. Por qualquer razão, o programa atraía as pessoas em uma época de suas vidas em que eles realmente precisavam dela, ou se relacionavam com ela, então obviamente eu acho que eu tive muitos fãs que me seguiram em minha carreira musical. Eu sempre fui muito aberta e alcançável para que eles se relacionassem, mas essa é uma coisa que nos ligou e porque eu mantive fãs durante tanto tempo que realmente seguiram minha carreira, ficaram ao meu lado e cresceram comigo.
De que modo ser Lizzie McGuire era torturante?
Eu não acho que durante as filmagens era torturante. Eu amava as filmagens. Eu não sabia quão famoso o programa seria, e depois disso – quatro ou cinco anos depois – eu ainda era Lizzie McGuire para as pessoas e era muito chato. Agora não é. Eu não ligo mais. Eu sou agradecida por isso.
Como Lizzie seria como adulta?
Ela seria bem radical. Ela teria ficado na escola por mais tempo, e eu sinto que ela seria uma chefe ou trabalhando em uma firma de arquitetura tentando seguir seu caminho mas atrapalhando tudo todas as vezes. (Ri) Eu acho que ela seria legal – ela não era sempre nerd! Ela era, tipo, uma garota legal. Eu sinto que ela seria daquele mesmo jeito, mas estaria ficando bêbada e fazendo coisas normais que todos fazem.
Ficar bêbada é uma coisa normal que você faz?
Sim, dependendo da ocasião, claro.
Depois de Lizzie McGuire, foi difícil seguir em frente? Ainda é difícil seguir em frente?
É difícil. Ao invés de tentar calcular como fazer e como eu seria bem sucedida fazendo – muitas pessoas escolhem caminhos diferentes do que o meu, tipo Lindsay Lohan e as gêmeas Olsen e até Miley Cyrus – eu apenas escolhi sair de algumas coisas por um minuto.
Por que sair?
Eu realmente precisava. Eu cresci sob os holofotes e em turnês e com todo mundo me conhecendo de uma maneira. Em uma época eu estava tipo, “eu nem sei se sou essa pessoa ainda, e eu não tenho tempo pra descobrir.” Eu estava gravando álbuns e fazendo turnês e fazendo filmes e depois fazendo tudo de novo. Eu basicamente fiz um ciclo disso quatro vezes e no final, eu estava tipo, “cansei. Eu não gosto mais disso. Eu não sou quem eu quero ser.” Então eu dei um tempo. Todo mundo pensou que eu estava doida porque eu era bem sucedida. E eu estava com medo, porque não havia garantia de que minha carreira ainda estaria lá. Eu acho, pessoalmente, que eu estava bem saudável, e eu estou orgulhosa de onde estou agora. Meu novo álbum estar no top 5 da Billboard depois de trabalhar nele por oito anos – estou orgulhosa disso. Eu não preciso ser n° 1. Eu só preciso fazer coisas que me realizam e me fazem feliz e espero que me conecte com outras pessoas de alguma maneira.
Desespero é um caminho perigoso, né?
Sim, e ter um filho também, coloca muito em perspectiva. Eu sou definitivamente grata por ainda ter um ponto, e eu quero ser atriz também e fazer uma série. Eu não posso estar onde estava. E eu tenho que ser quem eu sou hoje e ser agradecida por isso. É bom. Estou feliz.